O Ministério Público Federal (MPF) em Caicó entregou na última sexta-feira (18) uma recomendação à Agência Nacional de Águas (ANA) para que providencie, no prazo de 20 dias, a limpeza emergencial para retirada da vegetação invasora no trecho do Rio Piranhas-Açu entre São Bento (PB) e Jardim de Piranhas. Além da limpeza dessa vegetação, o MPF cobra que a ANA garanta ao Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu o suporte técnico e logístico necessário para adoção de medidas voltadas à redução da crise hídrica que atualmente assola as cidades que dependem do sistema de captação da Companhia de Águas e Esgotos (Caern) em Jardim de Piranhas. O sistema abastece, além da própria cidade onde está localizado, os municípios de Caicó, Timbaúba de Batistas e São Fernando. O documento enviando à agência recomenda que o serviço de limpeza do rio, já autorizado pela própria ANA, seja viabilizado junto a órgãos federais, estaduais ou municipais, para garantir os meios necessários à execução da medida, mas também o respeito à legislação ambiental.
A recomendação do MPF, assinada pelo
procurador da República Bruno Lamenha, é fruto de um inquérito que
tramita na Procuradoria da República em Caicó e também é consequência da
inspeção feita no último dia 15, pelo representante do Ministério
Público Federal junto com representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica
do Rio Piancó-Piranhas-Açu. Eles percorreram a calha do Piranhas-Açu e
constataram o iminente cenário de colapso hídrico nas cidades de Caicó,
Timbaúba de Batistas, São Fernando e Jardim de Piranhas. A captação da
Caern se encontra sem condições de bombeamento, devido à baixa
disponibilidade de água, desde o dia 1º de setembro.
A limpeza emergencial permitiria uma
maior vazão rio em direção a Jardim de Piranhas e foi proposta pelo
comitê, que não conta hoje com os meios para realizar esse serviço. “(…)
a Agência Nacional de Águas não apresentou um planejamento mínimo dos
limites e da metodologia da ação emergencial, apesar de ser atribuição
da citada autarquia especial o planejamento e a promoção de ações
destinadas a prevenir ou minimizar os efeitos de secas”, reforça a
recomendação do MPF. Informações dão conta de que, em alguns trechos do
rio, a própria população vem promovendo mutirões de limpeza, porém sem a
devida coordenação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos ou do Sistema Nacional do Meio Ambiente.
FONTE:BLOG DE MARCOS DANTAS
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