quarta-feira, 1 de abril de 2015

34 anos da Enchente de 1981: As garras molhadas do destino

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Foto Blog de Edgar Santos sobre memórias de Santa Cruz
O que mais impressionou foi que o sol brilhava intensamente, as nuvens esparsas e o céu de um azul extremamente claro. Naquele fatídico 1º de Abril de 1981, Santa Cruz amanheceu tranquila... infelizmente o que viria a acontecer não era tão interessante assim. Uma ligação, vinda da cidade de Campo Redondo, alertava que o açude da região não havia suportado a capacidade de água e estourara. Burburinhos se espalharam pelas ruas da Cidade.

Os moradores da Eloy de Souza, Dona Dica, João Benedito, Domício, Dona Maroquinha, Dona Nenzinha e Dona Lia (só pra citar alguns) achavam que tudo se tratava de uma brincadeira, por ser 1º de Abril, o tão famoso dia da mentira. Mas não. As notícias alertavam do grande perigo que se aproximava rápida e silenciosamente. Os alertas sobre o tal formigueiro na parede do Açude de Santa Cruz era constante.. mas será que era verdade? Sim, era! O volume de água do açude foi aumentando escandalosamente e a cidade, que já se encontrava em alerta, ouviu um estampido em alto e bom som. O açude vinha saboreando a terra do Beira Rio, vindo pelo Paraíso e adentrando o Centro da Cidade com uma força que mais parecida o exército Romano atacando Constantinopla.


Pessoas correndo, rezando, correndo e rezando.. E lá vem a água, carregada de lama, lágrimas, desespero e dúvidas no ar. Santa Cruz não estava vivendo um dia agradável, como parecia no raiar.. Casas vindo a baixo, bichanos e xaréus correndo para as árvores e as budegas tomadas pela água. Altos níveis de interrogação viam à tona: O que vamos fazer? Após o ocorrido, chegou a notícia que a enchente havia levado a vida de uma pessoa, uma velha senhora que não conseguira escapar das garras molhadas do destino.

O dia foi passando, as ajudas vindo em direção a Santa Cruz. Lavoisier Maia, então governador do Estado, trouxe Mário Andreazza, então Ministro da Integração Nacional para visitar a Cidade e definir prioridades na reconstrução. O exército veio, cabanas de apoio e postos médicos de prontidão. E o povo Santacruzense, valente por natureza e bravos geneticamente, trabalharam arduamente na constante peleja da vida. Eu não era nascido em 1981, mas pelo que ouvi de meus familiares sobre esse acontecimento, creio eu que foi mais ou menos assim.
Hítalo Praxedes, Contos Sobre a Enchente. 01 de Abril de 2015. Santa Cruz, RN

FONTE:http://ediponatan.com.br/

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