A seca histórica no Nordeste, a pior dos últimos 50 anos, tem
empurrado Pereiras e outros “fugitivos” para diversas cidades paulistas,
que estão em plena safra da cana-de-açúcar, e até para outros Estados.
“A seca está esparramando muita gente pelo Brasil afora”, diz o padre
Antonio Garcia Peres, coordenador nacional de temporários rurais da
Pastoral do Migrante, ligado à Igreja Católica.
Atualmente, cerca de 60 mil nordestinos migram a cada ano para o
norte e nordeste de São Paulo, segundo a pastoral. A maioria trabalha
com a cana, mas a construção civil já atrai 20% dessa mão de obra.
Na região de Ribeirão Preto (a 313 km de São Paulo), o maior volume
chega nos primeiros três meses do ano para garantir o emprego nas usinas
de cana, cuja safra começa em abril. E a volta à terra natal só ocorre
no fim do ano.
Neste ano, porém, segundo Peres, há migrantes “fora de hora”, que
chegaram em maio, junho, julho e até agosto. Boa parte, como o piauiense
Pereira, foi forçada pela seca.
Da Folha de São Paulo
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