O presidente da Bolívia, Evo Morales, nomeou o ator norte-americano Sean
Penn, de 52 anos, vencedor duas vezes do Oscar, como embaixador do país
em defesa de temas considerados relevantes na política interna. Sean
Penn deverá representar a Bolívia na defesa da descriminalização da
folha de coca, da tradição de cultivo e consumo entre os indígenas da
região e na disputa com o Chile por uma saída para o mar.
Penn
também terá a missão de negociar com as autoridades norte-americanas a
extradição do ex-presidente Gonzalo Sánchez de Lozada (2002-2003), para
que ele responda sobre denúncias de crimes contra a humanidade cometidos
no país.
"Nosso presidente [Evo Morales] pediu a Sean Penn para
se tornar embaixador de nossas causas nobres para o mundo", disse o
ministro da Cultura da Bolívia, Juán Manuel Quintana, após reunião entre
Morales e o ator norte-americano.
Segundo Quintana, Sean Penn é
conhecido por sua militânica em defesa de “causas humanas” e um
importante mediador internacional. “Podemos assim fazer progressos
significativos no contexto internacional", acrescentou.
O
ministro disse também que Morales pediu ao ator que colabore na defesa
da preservação da “tradição histórica” da Bolívia em relação à folha de
coca. O presidente boliviano é favorável à descriminalização, pois há um
hábito no país de mastigar a folha. O governo faz uma campanha
internacional em favor da medida, liderada pelo ministro das Relações
Exteriores, David Choquehuanca.
"O presidente explicou a Penn o
valor tradicional e histórico desde o uso, pelos nossos ancestrais, da
folha de coca, o direito do povo boliviano de preservar esse recurso
natural e o direito dos povos indígenas da mastigação da folha",
ressaltou o ministro.
Penn visitou a Bolívia e quis saber das
ações para a reconstrução do Haiti. O país foi devastado em 2010 por um
terremoto que matou mais de 200 mil pessoas e deixou mais de 1,5 milhão
sem casa.
Da Agência Brasil
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