domingo, 29 de junho de 2014

Nervos a flor da pele tem sido o maior adversário da seleção brasileira

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Do UOL – O sinal de que o controle emocional da seleção brasileira inspira alguns cuidados não aparece apenas nas situações de jogo, como nos pênaltis perdidos por Willian e Hulk na partida contra o Chile, neste sábado. Mas principalmente no momento em que, ainda no primeiro tempo, o coordenador técnico Carlos Alberto Parreira, normalmente um dos mais comedidos sujeitos que já se sentou à beira do campo, deixa o banco de reservas brasileiro e caminha furioso em direção ao quarto árbitro, o alemão Felix Brych, para protestar contra uma falta violenta em Neymar, punida com nada mais que um sermão pelo árbitro principal, o inglês Howard Webb.

Se existe algum tipo de complô, ele é contra o Brasil. Tem muita gente aí que não gostaria de nos ver hexacampeões, porque assim a gente abriria distância para os outros“, esbravejou Parreira num canto do auditório do Mineirão pouco após a entrevista coletiva de Luiz Felipe Scolari. Seu estado de espírito não era diferente de Felipão, que durante suas respostas para a mídia internacional ali presente ameaçara abandonar a diplomacia nos diálogos.
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Hoje discutimos que estamos sendo muito cordiais e educados com os estrangeiros. Está na hora de mudar o discurso. Não precisamos ser apedrejados todos os dia. Foi um jogo tenso em que o adversário reclamava, era invasão do nosso lado da área técnica. Era coisa de guerra“, reclamou Felipão, que na entrevista voltou a reclamar das arbitragens e reclamar de uma “reticência” dos árbitros. “Não é fácil jogar em casa. Assumimos as dificuldade que temos de ser campeões. O povo abraçou essa ideia. Podíamos fugir do assunto, mas não. É isso. Quando faz uma promessa tem que ir até fundo. Existe uma tensão, uma dificuldade, uma apreensão. Faltam três para atingir o céu“, completou o técnico.
O técnico também chamou a atenção pela comemoração efusiva ao final da disputa de pênaltis, em que as câmeras captaram uma expressão em júbilo que dividia espaço com o restante de 120 minutos de tensão. Mas é seu time que está preocupando mais os torcedores. Numa partida em que precisou jogar fora de sua zona de conforto e, literalmente, correr atrás da bola durante a maior parte do tempo, a seleção sentiu o peso das dificuldades e em diversos momentos houve discussões mais acaloradas entre os jogadores. No fim do dia, a seleção sobreviveu ao que poderia ser a pior campanha brasileira num Mundial desde 1990, mas com o “requinte de crueldade” de uma nova derrota traumática em casa. Mas as evidências de que a pressão está causando um pouco mais de problemas que os jogadores e a própria comissão técnica imaginavam apareceram abertamente em Belo Horizonte.

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