domingo, 30 de junho de 2013

Aeroporto fica longe do polo turístico

Obras de acessos ao novo aeroporto ainda não foram iniciadas. Semana passada, a empresa que venceu a licitação desistiu do projeto
Obras de acessos ao novo aeroporto ainda não foram iniciadas. Semana passada, a empresa que venceu a licitação desistiu do projeto

A dez meses do início das operações do Aeroporto de São Gonçalo do Amarante, na Grande Natal, nenhuma das obras de implementação ou readequação de rodovias que darão acesso ao sítio aeroviário foram iniciadas. Os 43 quilômetros que separam a entrada do canteiro de obras do empreendimento da Via Costeira, principal pólo de hospedagem da capital, foram percorridos pela TRIBUNA DO NORTE nesta sexta-feira, 28. Foram necessários 71 minutos para cumprir o trajeto que consta como principal rota de acesso no projeto executivo do Departamento de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Norte (DER/RN).

O tempo de viagem, a uma velocidade média de 65 quilômetros por hora e com o trânsito fluindo, chega a ser três vezes e meia superior ao necessário para percorrer os 12 quilômetros que separam o Centro de Convenções do Aeroporto Augusto Severo, em Parnamirim. Da Via Costeira ao futuro sítio aeroviário, é necessário cruzar 14 semáforos, quase meia dúzia de faixas de pedestres e ainda reduzir a velocidade, por causa do controle por radar, em pelo menos três pontos. Ressalte-se ainda que o trajeto foi percorrido num horário que não é considerador de pico na zona Norte de Natal, entre às 10h e 13h.

Extraídas as condições atuais das vias percorridas para chegar ao município de São Gonçalo do Amarante, uma delas, conhecida como Estrada do Fio, que ainda é coberta por barro, a distância que divide a Via Costeira do futuro aeroporto chega a ser superior aquela entre os dois maiores terminais aeroportuários da  cidade de São Paulo - o de Guarulhos, na Região Metropolitana, e o de Congonhas, na parte central da cidade. 


Por enquanto, porém, o fator distância não causa uma preocupação relevante nos operadores de turismo potiguares, por exemplo. Contudo, as agências que  vendem e recebem turistas do Brasil e do mundo, temem que o quesito logística de transportes, cause uma arranhadura no já combalido destino turístico que é Natal. “A maioria dos nossos clientes compram o que chamamos de combo, que é o traslado aeroporto/hotel/aeroporto e o city tour”, comenta o operador de turismo, Paulo Sérgio Marques.

Em termos de logística de cargas, visto que, de acordo com o Consórcio Inframerica, o Aeroporto de São Gonçalo do Amarante será o sétimo maior do mundo em questão de potencial de embarque e desembarque de encomendas, a diretora da Sociedade Brasileira de Logística, Karla Motta, adverte que é necessário planejamento. “O Estado tem dificuldade de se integrar e até obter recursos, porque não consegue dimensionar bem as obras que precisa. A gente fica à mercê do que os outros Estados definem. O potencial do aeroporto poderá ser alavancado ou não por uma mobilização nesse sentido, no sentido de planejar e dar acesso aos produtores, clientes e fornecedores”, destaca.

FONTE: TRIBUNA DO NORTE

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