quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

SÓCIO DE BOATE MANDAVA TIRAR EXTINTORES DAS PAREDES DA BOATE PORQUE ACHAVA FEIO, DIZ FUNCIONÁRIA

Tahiane Stochero Do G1, em Santa Maria
 
Vanessa Vasconcelos com o pai após incêndio em Santa Maria (Foto: Tahiane Stochero/G1)

Funcionária da boate Kiss até dezembro de 2012, Vanessa Vasconcelos disse em depoimento à polícia nesta quarta-feira (30), que Elissandro Spohr, conhecido como Kiko, um dos sócios da casa noturna, mandava retirar os extintores de incêndio das paredes por questão estética. Questionado pelo G1, o advogado de Kiko, Jader Marques, negou a informação.

O incêndio em Santa Maria, região central do Rio Grande do Sul, deixou 235 mortos no último domingo (27). A jovem trabalhou por 2 anos no estabelecimento e perdeu a irmã, que trabalhava como recepcionista, na tragédia.


"Ele achava feio os extintores. Mandava tirar. Só colocava de volta quando ia ter inspeção ou quando ficava com receio que iriam inspecionar", afirmou ao G1 Vanessa, ao lado do pai, depois de deixar a delegacia. Ela conta que, após uma sessão de fotos da boate, ouviu do patrão: "Como estes extintores ficam feios na parede".

"Não é verdade, não me parece razoável essa informação. Estou estabelecendo o que me parece razoável pelo que falei com ele. O local de maior exposição era o palco e ali tinha extintor", disse Jader Marques após a entrevista coletiva que concedeu sobre o caso na manhã desta quarta.

Kiko está internado em um hospital de Cruz Alta (cerca de 130 km ao norte de Santa Maria). Além de danos no pulmão, a equipe médica informou que o empresário sofre de depressão.

Vanessa trabalhou na Kiss entre dezembro de 2010 e dezembro de 2012 e deixou a casa noturna poucos dias antes da tragédia. Era uma das gerentes. Ela foi até a delegacia também para tentar reconhecer a bolsa da irmã, que morreu na tragédia.

Vanessa conta que Kiko fazia seguidamente reformas internas no local, como mudanças da posição do caixa, nivelamento no teto e troca do palco de lugar.

"Era sempre na esquerda, depois ele passou para a direita, no outro lado. Depois nivelou a boate. A casa tinha uma rampa para um lado. Ele mandou colocar madeira e deixar tudo igual. Ele fazia tudo que é tipo de mudanças lá dentro", diz a ex-gerente.

Via Cledson Medeiros

Nenhum comentário:

Postar um comentário