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Apesar
da qualidade de Marcelo, Neymar, Fred e Oscar, o conjunto da seleção
espanhola deixa o favoritismo nas mãos dos visitantes |
Nos últimos anos a Espanha se tornou a grande força do futebol
internacional. Conquistou as duas últimas Eurocopas e é ganhou a Copa do
Mundo de 2010, na África do Sul. O escalada espanhola aconteceu em um
momento de queda do futebol canarinho, que não conseguiu passar das
quartas de final nos dois últimos Mundiais. O último feito brasileiro
foi justamente em 2009, quando conquistou a Copa das Confederações em
uma decisão contra os Estados Unidos. Apesar desta realidade, os
espanhós sabem que terão problemas pela frente.
“Estávamos
em quatro campeões do mundo e agora restam dois. O Brasil tem cinco
mundiais e três títulos da Copa das Confederações. Vamos jogar no
Maracanã, com a torcida local e isso nos empolga. Por mais títulos que
tenham conquistado, os jogadores estão animados por jogar no Maracanã”,
disse Vicente del Bosque, técnico da Espanha, lembrando que as
semifinais envolveram quatro campeões do mundo. A Fúria eliminou a
Itália nos pênaltis, após empate sem gols. Já a Seleção Brasileira
despachou o Uruguai com um triunfo por 2 a 1.
Luiz Felipe
Scolari, técnico da Seleção Brasileira, também respeita os espanhóis,
mas acredita que o fator campo pode fazer a diferença mais uma vez.
“Serão
setenta mil pessoas no Maracanã, com sessenta e nove mim e quinhentas
torcendo pela Seleção Brasileira, gritando a cada jogada e cantando o
Hino Nacional bem alegres e vibrantes, mostrando que o Brasil joga em
casa e é muito forte nessas condições. Claro que respeito a Espanha, que
é uma grande seleção, mas podemos ganhar sem sombras de dúvidas”, disse
Felipão.
Os jogadores brasileiros concordam que o apoio da
torcida vai ser fundamental, mas entendem que o equilíbrio da partida
vai exigir um alto grau de concentração. “Não podemos pensar em errar,
pois contra a Espanha se isso acontece a derrota é quase certa. Temos
que nos impor em campo, não permitir que eles toquem a bola como gostam
de fazer e controlem as ações. Temos que dominar a partida, colocar o
nosso ritmo e escolher o melhor momento para decidirmos o jogo, sem
corrermos grandes riscos. Acredito em um grande jogo e espero que a
Seleção Brasileira esteja em um grande dia”, disse o atacante Fred.
Os
espanhóis, porém, se mostram prontos para qualquer arma que a Seleção
Brasileira venha a usar, até porque ter esse adversário na final não
chega a surpreender. O mundo esperava esse duelo. “Todo o mundo esperava
e queria que a final da Copa das Confederações fosse entre Espanha e
Brasil. Afinal, as duas seleções mereceram e vai ser muito bonito para
todos os jogadores atuar no Maracanã. Somos conscientes que, desde que
ganhamos a Eurocopa duas vezes e a Copa do Mundo, para todas as seleções
é especial enfrentar a Espanha. Não duvido que também seja para os
brasileiros, mas isso é algo recíproco”, afirmou Casillas.
Nem sempre foi assim, e a Espanha já sofreu goleadaA
final da Copa das Confederações hoje não será a primeira vez que Brasil
e Espanha se enfrentarão no Maracanã. O Maior do Mundo, como é
carinhosamente chamado o estádio carioca, recebeu em 1950 um histórico
confronto entre brasileiros e espanhóis pela fase final da Copa do
Mundo. A Fúria não tem boas lembranças daquele dia em que os canarinhos,
inspirados golearam por 6 a 1.
A partida ficou marcada pelo
grito de mais de 152 mil brasileiros que cantavam “Touradas em Madri”,
uma marchinha de Carnaval do compositor Braguinha, que inclusive estava
presente ao confronto. Com dois gols de Chico, dois de Ademir, um de
Jair e um Zizinho, o Brasil arrasou os europeus, mas três dias depois
perdeu o título, em casa, ao cair por 2 a 1 para o Uruguai.
Aquela
partida foi a segunda entre brasileiros e espanhóis em Copas do Mundo.
Na primeira, em 1934, na Itália, a Espanha venceu por 3 a 1, eliminando
os brasileiros. Em Mundiais também aconteceram jogos em 1962, com
vitória brasileira por 2 a 1 no Chile, em 1978, quando a Argentina foi
palco de um 0 a 0, e, por fim, em 1986, quando na sua estreia o Brasil
ganhou por 1 a 0.
No histórico dos confrontos s vantagem é brasileira. Ambos se enfrentaram oito vezes, com quatro triunfos brasileiros.
Defesa espanhola de olho no ataque dos brasileirosA
seleção espanhola é famosa pelo meio-de-campo envolvente, com os
craques Xavi e Iniesta, mas quem vem chamando a atenção na disputa da
Copa das Confederações é a dupla de zaga formada por Piqué e Sergio
Ramos. Os dois foram perfeitos em suas cobranças de pênalti diante da
Itália, na semifinal de quinta-feira, e agora terão a missão de parar o
ataque brasileiro com Neymar, Fred e Hulk na final de hoje, no Maracanã.
“Com
certeza, será uma partida histórica não só no nível pessoal, mas também
como seleção. Para quem gosta de futebol, vai ser o jogo mais esperado,
um espetáculo, e deve causar alegrias para todas as pessoas. É um
privilégio total poder participar desta disputa”, afirmou Sergio Ramos,
defensor do Real Madrid, que na primeira fase da Copa das Confederações
foi eleito o jogador com o melhor índice técnico da competição.
Ao
contrário do que muitos imaginam, ele não está olhando para a decisão
com o Brasil com algum receio por jogar diante da torcida adversária.
Sergio Ramos lembra, aliás, que em todos os jogos da competição a
Espanha ouviu vaias das arquibancadas. “O ambiente no estádio é normal,
com gente que canta contra uma seleção favorita como a nossa. Se a Copa
fosse disputada na Espanha, os espanhóis cantariam contra o Brasil ou
algo parecido Quando o jogador entra em campo, ele só quer saber da
partida. Para mim é até bom, gosto desse ambiente no estádio”, avisou o
zagueiro.
Tanto Sergio Ramos quanto Piqué vão tentar anular o
poder ofensivo do Brasil na final deste domingo no Maracanã. Mas, por
enquanto, os dois só querem saber de descansar, depois de uma partida
complicada contra a Itália, no calor de Fortaleza, que terminou em
disputa de pênaltis após 120 minutos de bola rolando “O desgaste físico
foi muito grande e a prorrogação aumentou ainda mais o esforço dos
jogadores. Precisamos descansar e nos recuperar bem, comer bem, e nos
prepararmos da melhor maneira para fazermos uma boa final. Conhecemos
bem todos os jogadores da seleção brasileira e temos que tomar muito
cuidado. Não podemos dar espaço”, disse o zagueiro do Real Madrid.
FONTE: TRIBUNA DO NORTE